A cada dia um produto novo é lançado no mercado com a promessa do corpo perfeito em apenas algumas doses... Será que podemos confiar em tudo?
Os suplementos alimentares são importantes ferramentas que nos ajudam a incluir isoladamente os nutrientes exatos na hora exata, tanto na área clinica quanto esportiva. Entretanto, o marketing desses produtos, muitas vezes, vai além do que a eficácia nem sempre comprovada dos mesmos. As embalagens prometem em, apenas algumas doses, o corpo perfeito e a performance surpreendente apenas ao consumir o produto...assim! sem qualquer tipo de sacrifício dietético ou físico! Além da observação informal no dia-a-dia, há estudos nacionais que comprovam a preocupação de médicos e nutricionistas quanto ao consumo abusivo desses produtos (guardei os artigos a quem tiver interesse!):
Em estudo realizado em 2008 no Rio de Janeiro, por exemplo, apontava que mais de 60% de seus participantes consumiam suplementos alimentares, sendo 43% desses por auto-prescrição e, a maioria desses consumidores, eram adultos jovens (HIRSCHBRUCH, et al, 2008). Grande parte desse publico não sabia a finalidade do que consomem, nem se há eficácia comprovada ou efeitos colaterais, mas compram simplesmente porque o “amigo toma”, “o vendedor disse que era bom”, “porque na internet dizia que funcionava” ou por indicação do treinador.
Esses dados tornam-se mais preocupantes ainda ao se pensar que os únicos profissionais habilitados para a prescrição de suplementos alimentares são os médicos e nutricionistas, cabendo a esses profissionais desmistificar essa ilusão do suplemento como “fórmula mágica”: ele é apenas um detalhe, podendo ser ou não necessário ou decisivo a fim de “complementar” o que estiver deficiente na dieta ou que seja válido “suplementar” no ponto de vista patológico ou atlético.
Cabe ao educador físico, também, essa função de orientar o aluno a recorrer ao profissional da área e desmistificar por sua vez, a imagem de que o nutricionista seria contra suplementos, pois este é peça-chave para a evolução do indivíduo quanto a adoção de hábitos de vida adequados, devido a sua forte influencia sob os alunos por sua maior proximidade com os alunos e por ser o único profissional da saúde com contato diário com os alunos.
Segundo a ADA, para saber a real necessidade desses nutrientes adicionais e qual seria o ideal para o paciente é fundamental avaliar com muita cautela as necessidades nutricionais do individuo, o histórico de saúde, ou uso de medicamentos ou de outros suplementos associados, bem como a qualidade do produto, se há contaminantes, quais ingredientes estão presentes em sua formula, se a venda desse produto é legal e, cientificamente segura e eficaz. Para isso, somente um nutricionista mesmo ou, em casos patológicos ou de prevenção, os médicos.
A mensagem que quero deixar nesse post é que “o que funcionou pro seu amigo ou para o cara da internet” poderá, além de não funcionar para você, prejudicar-lhe de alguma forma: seja com interferência na sua saúde ou financeiramente, afinal, de que adianta comprar diversos produtos que não são os ideais para você? Não valeria mais a pena consultar alguém capacitado e ter o resultado garantido? Se não sobrar o dinheiro pro suplemento, não tem problema! Também sabemos ajustar sua dieta com os mesmos nutrientes encontrados no potinho da loja e indicá-los somente quando você puder comprar!
Por fim: Pressionar seu professor a indicar suplemento pode até funcionar, mas ele não irá se responsabilizar por possíveis prejuízos, afinal não cabe a ele o papel de nutricionista também. É fundamental ter essa consciência antes de aprofundar o tema que, atualmente, é onde estão as dúvidas mais freqüentes, principalmente de professores desesperados com esses “favores” que os alunos tanto pedem...